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RESUMO HISTÓRICO
DA VILA DA QUINTA DO CONDE
in,
Criação dos Símbolos Heráldicos da Quinta do Conde, edição da Junta
de Freguesia da Quinta do Conde |
Perdem-se ao longo dos
tempos as referências a este lugar. Com rigor, pode afirmar-se que o
Mosteiro de S., Vicente de Fora se tornou proprietário da então denominada
Quinta da Ribeira de Coina, a partir do inicio do Século XIII. São desse
tempo os registros de venda efectuados por Pedro Gonçalves e m. Teresa
(Abril de 1230), João Pedro e m. D. Maior (Maio de 1232). O Mosteiro de S.
Vicente aforava posteriormente estas propriedades, acontecendo por vezes que
os titulares do aforamento, voltavam a arrendar. Foi assim, até 30 de Maio
de 1834.
Uma das mais
poderosas famílias do Reino, a dos Condes de Atouguia tornou-se no Século
XVI, foreira da Quinta da Ribeira de Coina. Álvaro Gonçalves de Ataíde
(provavelmente o irmão de D. Luis de Ataíde, 3º Conde de Atouguia), acordou,
na escritura de emprazamento de 8 de Junho de 1573, o pagamento de 12$000, 2
capões e 2 cabritos, pela Quinta de Coina, com suas casas, terras, matos,
pinhais, vinhas, pomares e várzea. O ultimo Conde de Autoguia, D. Jerónimo
de Ataide foi implicado no processo de que o Marquês de Pombal moveu àquela
família e supliciado em 1759. Para a Quinta ficou o nome de Quinta do Conde.
Por Decreto de 30
de Maio de 1834, as Ordens Religiosas foram extintas e os seus bens
incorporados na Fazenda Nacional. A Quinta do Conde passou desta forma a
propriedade do Estado, que a colocou para a venda em hasta pública, através
de anúncio publicado a 20 de Agosto de 1834, atribuindo-lhe o valor de
10:000$000, ou 10:041$770, "com os objectos da Ermida e pertenças da
lavoura". No anúncio refere-se que a pertencia ao extinto Convento dos
Cónegos Regulares de Santo Agostinho.
Não se sabe por
que razão não foi licitada na data prevista, a 10 de Setembro de 1834,
contudo, sabe-se que, por anúncio publicado a 2 de Novembro de 1835, voltou
à praça a 14 de Dezembro de 1835, incluída na lista nº20, sob o nº360,
avaliada em 10:000$000 e descrita assim: "Quinta do Conde, que consta de
casas, terras de semear, vinha, pinhal e matos, e tem a sua ermida". Foi
arrematada por José António da Fonseca, para o filho, o conhecido José Maria
da Fonseca, por 21:200$000.
Sofia Augusta da
Fonseca Barros, filha de José Maria da Fonseca, casada com o historiador
Henrique Gama Barros, herdou em 1886, a Quinta do Conde. Em 20 de Outubro de
1892, hipotecou a Quinta do Conde à Companhia Geral do Crédito Predial
Português, em troca do empréstimo de 14.580$000. Esta hipoteca foi cancelada
a 8 de Março de 1904.
Henrique da
Fonseca Barros, filho do anterior casal, casado com, Antónia Soares Franco,
assume em 1908, a posse da Quinta do Conde por falecimento da mãe.
Cristina de Barros
de Meneses e Castro, prima de Henrique da Fonseca Barros, e na ausência de
herdeiros directos, quando este faleceu a 10 de Maio de 1945, tornou-se dona
da Quinta do Conde, assim descrita na escritura de partilhas efectuada a 20
Janeiro de 1951: "Consta de casas nobres de habitação, celeiros, adegas,
lagares, abegoarias, palheiros, casa de malta e mais pertenças, terras de
semeadura, vinhas quase todas e recente plantação, pinhais, matos e árvores
frutíferas".
João António de
Meneses Pitta e Castro da Penha e Costa, representou os herdeiros de
Cristina de Barros Pitta Meneses e Castro na transacção com António Xavier
de Lima efectuada no inicio da década de 70. Este começou por remodelar os
celeiros e adaptá-los a restaurante (Restaurante Quinta do Conde), que abriu
no final de 1970, com a iniciativa de grande impacte mediático.
Paralelamente,
António Xavier de Lima procedeu à abertura de arruamentos, ao parcelamento
da propriedade em lotes e consequente transacção, tudo isto em desacordo com
a lei vigente. O preço, a falta de habitação reinante, a proximidade dos
grandes complexos industriais empregadores e das praias da região, foram
factores decisivos no sucesso do negócio. Para muitos operários de
rendimentos limitados concretizava-se aqui o sonho de possuir casa própria.
Uma vivenda no
meio do pinhal. Porém, com a expansão da construção - dita clandestina -
veio a dura realidade, que evidenciou o trabalho por fazer: um plano, rede
de águas, electricidade, saneamento, escolas, telefones, distribuição
domiciliária de correio, assistência médica, segurança pública, enfim, tudo
o que dum aglomerado populacional pressupões vivência urbana.
O primeiro passo
na resposta aos anseios da população residente, foi a elaboração e posterior
aprovação, de um plano de urbanização minimamente consensual. Depois veio a
resposta às principais carências. E de tal forma a Quinta do Conde evoluiu,
que em 1979, foi apresentado na Assembleia da República um projecto de lei
com a criação da freguesia. Uma aspiração que se concretizou em Outubro de
1985. Outro marco importante foi a elevação a Vila decretada pela Assembleia
da República em 21 de Junho de 1995.
in, Criação
dos Símbolos Heráldicos da Quinta do Conde, edição da Junta de Freguesia da
Quinta do Conde
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BREVES CONSIDERAÇÕES
HISTÓRICAS SOBRE A QUINTA DO CONDE
por
Vitor Antunes |
Perdem-se ao longo dos séculos as referências ao lugar da Quinta do Conde.
Com rigor, pode afirmar-se que o Mosteiro de S. Vicente de Fora se tornou proprietário da então denominada Quinta da Ribeira de Coina, a partir do início do Séc. XIV.
São desse tempo os registos de venda efectuados por Pedro Gonçalves e m. Teresa ( Abril de 1230), João Pedro e m. D. Maior (Maio de 1232).
O Mosteiro de S. Vicente aforava posteriormente estas propriedades, acontecendo por vezes que os titulares do aforamento, voltavam a arrendar.
Foi assim, até 30 de maio de 1834.
Uma das mais poderosas famílias do reino, a dos Condes de Atouguia, tornou-se no Séc. XVI, foreira da Quinta da Ribeira de Coina.
Álvaro Gonçalves de Ataíde ( provávelmente o irmão de D. Luis de Ataíde, 3º Conde de Atouguia), acordou, na escritura de emprazamento de 8 de Junho de 1573, o pagamento de 12$00, 2 capões e 2 cabritos, pela Quinta do Coina, com suas casas, terras, matos, pinhais, vinhas, pomares e várzea.
O último Conde de Atouguia, D. Jerónimo de Ataíde foi implicado no processo que o Marquês de Pombal moveu àquela família e supliciado em 1759.
Para a Quinta ficou o nome de Quinta de Conde.
Por Decreto de 30 de Maio de 1834, as Ordens Religiosas foram extintas e os seus bens incorporados na Fazenda Nacional.
A Quinta do Conde passou desta forma a propriedade do Estado que a colocou para venda em hasta pública, através de anúncio publicado a 20 de Agosto de 1834, atribuindo-lhe o valor de 10:000$00, ou 10:041$770, " com os objectos da Ermida e pertenças da lavoura".
No anúncio refere-se que pertencia ao extinto Convento dos Cónegos Regulares de santo Agostinho.
Não se sabe por que razão, não foi licitada na data prevista, a 10 de Setembro de 1834, contudo, sabe-se que – por anúncio publicado a 2 de Novembro de 1835, voltou à praça a 14 de Dezembro de 1835, incluída na lista nº 20, sob o nº 360, avaliada em 10:000$000 e assim descrita:
" Quinta do Conde, que consta de casas, terras de semear, vinha, pinhal e matos e tem sua ermida ".
Foi a Quinta do Conde arrematada por José António da Fonseca, para o filho – José Maria da Fonseca, por 21:200$000.
Sofia Augusta da Fonseca Barros, filha de José Maria da Fonseca, casada com o historiador Henrique Gama Barros, herdou a Quinta do Conde em 1886.
Em 20 de Outubro de 1892, Sofia Barros hipotecou a Quinta do Conde à Companhia Geral do Crédito Predial Português, em troca do empréstimo de 14.580$00.
Esta hipoteca foi cancelada em 8 de Março de 1904.
Henrique da Fonseca Barros, filho do anterior casal, casado com Antónia Soares Franco, assume a posse da Quinta do Conde em 1908 por falecimento da sua mãe.
Cristina de Barros Pitta de Meneses e Castro, prima de Henrique da Fonseca Barros, e na ausência de herdeiros directos, quando este faleceu em 10 de Maio de 1945, tornou-se dona da Quinta do Conde, descrita na escritura de partilhas de 20 de Janeiro de 1951, do seguinte modo:
" Consta de casas nobres de habitação, celeiros, adegas, lagares, abegoarias, palheiros, casa de malta e mais pertenças, terras de semeadura, vinhas quase todas de recente implantação, pinhais, matos e árvores frutíferas."
João António de Meneses Pitta e Castro da Penha e Costa, representou os herdeiros de Cristina de Barros Pitta Meneses e Castro na transacção com António Xavier de Lima efectuada no início da década de 70.
António Xavier de Lima começou então por remodelar os celeiros e adaptá-los a um restaurante – Restaurante da Quinta do Conde – que abriu no final de 1970, procedendo, paralelamente, ao parcelamento e venda de lotes.
Os limites da Quinta do Conde não correspondiam aos actuais e o Pinhal do General já faz parte de outra herdade, o Casal do Sapo, com uma história muito semelhante, embora com diferentes protagonistas.
O Casal do Sapo pertenceu ao Mosteiro de S. Jerónimo de Belém, tendo sido adquirido em hasta pública, a 26 de Abril de 1834, por " Gabriel Borges Marques da Rocha, como procurador e sócio dos Contactadores do Tabaco ".
Abraham Wheelhouse, um inglês radicado em Portugal, abastado comerciante, adquiriu posteriormente o Casal do Sapo e integrou-o no dote da filha – Georgina Henriette Wheelhouse – que em 1849 contraíu matrimónio com José Joaquim de Almeida Lima.
Dos dois filhos do anterior casal, a propriedade coube a Jorge Abraão Almeida Lima.
Seguiu-se a filha deste – Maria Georgina Almeida Lima Oom, casada com Frederico Oom (o qual foi Director do Observatório da Tapada da Ajuda ).
Jorge César Oom, oficial de engenharia, professor catedrático e desportista eclético ( também foi dirigente desportivo ), filho do anterior casal, vendeu a António Xavier de Lima, em 1973, o " Pinhal do General ", assim apelidado devido à patente militar do proprietério Jorge César Oom.
A Quinta do Conde pertenceu, assim, durante de cerca de 600 anos ao Mosteiro de S. Vicente de Fora e permaneceu durante muitos anos ligada à agricultura, principalmente, ao cultivo da vinha.
Na Quinta do Conde , existiu, pelo menos até 1834, uma ermida, destruída nos anos 60 do Séc. XX ( a fazer fé em vários testemunhos ).
A ligação da Quinta do Conde à Casa de Atouguia constitui ima herança histórica.
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A VILA DA QUINTA DO CONDE
NA ACTUALIDADE
por Manuel Dória Vilar |
A Freguesia da Quinta do Conde está localizada a Nordeste do Concelho de Sesimbra, junto à Estrada Nacional 10 e situa-se junto aos grandes centros urbanos, a cerca de 20 Km de Lisboa e a 30 Km de Setúbal, junto a importantes áreas industriais ( Makro, Autoeuropa, Coca-Cola, etc.) permitindo que o seu desenvolvimento demográfico fosse rápido.
Integrada entre Setúbal e Lisboa, aqui acolheu gentes de todas as partes do País, que procuravam melhores condições de vida, contando, actualmente, com cerca de 25.000 habitantes.A Freguesia da Quinta do Conde foi elevada à categoria de Vila em 21 de Junho de 1995, através da Lei nº 73/95, de 30 de Agosto, publicada no D.R., I Série – A, nº 200, de 30 de Agosto de 1995;
Nesta Vila estão recenseados até á presente data 9.165 eleitores, embora a sua população residente se estime em cerca de 25 mil habitantes;
Anualmente é organizada uma feira comercial - Feira Festa, com expositores de várias firmas comerciais e variedade de espectáculos musicais e outras actividades de cultura.
Possui vários estabelecimentos comerciais, nomeadamente, lojas de informática, supermercados, restaurantes, bares, discotecas, pronto a vestir, Instituições Bancárias e Estação de Correios.
O Associativismo também fez história na Freguesia, contando a Quinta do Conde com mais de uma dezena de Associações, sendo, hoje em dia um marco importante no desenvolvimento cultural, recreativo e desportivo local.
Povoada de pinheiros em outros tempos, sofreu ao longo da sua existência alguns problemas urbanísticos, os quais se encontram em fase de total resolução com a implementação de saneamento básico e infra estruturas várias.
Foram os habitantes provenientes do Alentejo que aqui tiveram maior implementação, seguido pelos da Estremadura.
Grande parte da população residente, continua a deslocar-se frequentemente às suas terras de origem
Merece destaque especial o grande empreendimento urbanístico da Quinta do Perú (condomínio de luxo), com campo de golfe, parte integrante da Freguesia da Quinta do Conde.
A Quinta do Conde é ladeada por extensas zonas verdejantes, sobretudo com pinheiros, onde o seu aroma característico é predominante, beneficiando das suas próprias belezas naturais.
Tem a Serra da Arrábida como musa inspiradora, com cores garridas de rosas, arbustos e flores silvestres, sendo o verde a sua cor predominante.
Conta com alguns
equipamentos de relevo e sucessivamente tem melhorado as vias de acesso e de
transporte rodoviários e ferroviários.
Copyright ® 1997 / 2006 - Criado e Desenvolvido por Manuel Dória Vilar. Manuel Dória Vilar ( Advogado ) - Rua Viriato, nº 8, 3º Dtº, 1050-235 Lisboa * Telef +351 213 140 548 - Fax +351 213 140 764
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